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Professor do Colégio USCS publica artigo em revista prestigiada de Sociologia

O professor do Colégio Universitário USCS, Felipe Furini Soares, publicou o artigo “A escalada neoconservadora e a agenda antigênero: o caso da participação do Brasil na Cúpula Demográfica de Budapeste”, com autoria também de Arlene Martinez Ricoldi, na Revista Brasileira de Estudos de População, revista A2, prestigiada na área de Sociologia e Demografia.

“Em tempos de erosão democrática e de negacionismo científico, o artigo contribui ao analisar a forma como estratégias autoritárias e contrárias aos direitos humanos estão sendo implementadas”, relata o professor Felipe, reforçando o quanto pode ser promissor o trabalho de estudantes e professores nesta etapa de educação.

O artigo busca analisar o significado da participação do Brasil na III Cúpula Demográfica de Budapeste. Em síntese, a publicação trata dos seguintes tópicos:

1- A Cúpula Demográfica de Budapeste, em sua terceira edição, vem angariando crescente apoio entre lideranças mundiais, encontros que não só acontecem fora do Sistema ONU, como também buscam ser um contraponto;
2- A Hungria, organizadora da cúpula, é um caso paradigmático do neoconservadorismo como forma de restrição democrática e elevação do autoritarismo na Europa;
3- No Brasil, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos tem sido estratégico para o avanço do conservadorismo, pelo enfoque familista, moralizante e restritivo da concepção de saúde integral das mulheres, e sua influência e capacidade de interferência em outras pastas;
4- A participação do governo Bolsonaro na cúpula opera uma inflexão do Brasil à atual onda neoconservadora internacional, se associando a governos de extrema-direita, fundamentalistas e contrários à defesa dos direitos humanos;
5- Essa iniciativa rompe com a tradição histórica brasileira de participação em fóruns internacionais das Nações Unidas, como amplo debate prévio com a sociedade civil e acadêmica, como a Conferência de População do Cairo;
6- O discurso da ministra Damares Alves situou o país como protagonista na condução internacional neoconservadora, à medida que tenciona legislar sobre moralidade pública, ataca direitos, naturaliza desigualdades e coloca em xeque sistemas democráticos;
7- Por fim, seu discurso sinaliza o alinhamento para um ativismo nos espaços da ONU, uma articulação em escala global fortemente marcada por princípios morais e políticos conservadores, inclusive, acenando a políticas antimigratórias e eugênicas de países europeus.

O artigo completo pode ser clicando aqui.




Jornalista, pós-graduada em Marketing.